sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Poema Aleatório #33

Nos seus olhos feitos com o olhar de mil mulheres feitas, 
Perco-me e encontro-me com uma sensação 
Que no mundo com certeza não tem outra igual. 

Eu te perduro nos meu sonhos obscuros 
Onde você vinha ao meu encontro me amar. 
Eu lembro e me arrependo de não ter, 
Mesmo que sem jeito, 
Feito os seus ouvidos ouvirem o meu declarar. 

Eu choro e em pranto me sufoco, 
Mas não dá. 
É forte o fato de não te ter aqui. 
Eu sinto que meus atos falhos, 
Tão desnecessários, 
Já não merecem os esforços necessários 
Para fazê-los. 

Medito na minha alma que definha. 
É isso, meu Deus, 
Que era pra fazer o amor, 
Se o amor deve ser algo bom pra compartilhar? 
Acho que na verdade isso que eu sinto não é coisa boa, 
Não senhor. 

Cansei de ser malabarista de rotinas 
Equilibrado num fio prestes a arrebentar. 
Ai que saudade do tempo 
Em que no mato eu corria 
Atrás do animais sem nem pensar. 
Do tempo em que meu anseio 
Era estar bem pra poder ir brincar, 
Do suco de uva que Dona Canduca 
Me trazia e de tristezas eu não vivia. 

Que lástima! 
Por que não posso 
A esse tempo bom voltar?

Victor da Silva Neris


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