quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pensamentos

Acordei.
E mal fiz isso já pensei em você.
Engraçado!
Porque ontem fui dormir...
Pensando em você.

Aliás, pensar em você e respirar são ações concomitantes!
São tão inseparáveis que viraram sinônimos!
Tão sinônimos que,
Se trocados em uma frase,
Não ocorreriam erros semânticos nem gramaticais.

Quando menos espero sua imagem me aparece.
Como uma estrela cadente no céu,
Percebo-te em minha mente
E logo faço um desejo:
Tê-la comigo!

Há quantas noites perco o sono?
Não sei.
Pensar em você é muito melhor que dormir.
Revigora tão quanto!
Ou até mais.

Não é exagero:
Penso em ti a todo momento!
E, a todo momento, penso em ti.
E, em ti, penso a todo momento.
E todo momento é você.

Victor da Silva Neris

sábado, 26 de maio de 2012

O Parque


Nas curvas do percurso,
Homo sapiens sapiens correm.
Respiram celularmente
E fermentam lactamente.

As gramíneas enchem de verde a paisagem.
Plantas arbóreas sombreiam.
Trocas gasosas a todo momento ocorrem.

Oh, parque!
Enches de saúde os corações estressados!
Sois motivo de relaxamento e reflexão!
Suas angiospermas floreiam o caminho.
Seus ecossistemas o enchem de vida!
Sois prato cheio para os amantes da natureza.

A água abundante refresca as gargantas secas.
A agonia do século XXI se esvai dos corpos pelo suor.

O canto dos pássaros
Traz a sonoplastia perfeita.
A luz dos vaga-lumes ilumina
A escuridão da meia noite no parque.

Oh, parque!
És uma ferida verde para os construtores,
És refúgio dos desesperados por calmaria,
És sinônimo de saúde,
És parque, és vida!

Victor da Silva Neris

Só penso em você


Meu sorriso choroso reflete meus pensamentos.
Desde que você partiu...
Só penso em você.
Só em você.

As dores do mundo e de todo mundo
Tornaram-se fantasmas que vagam em minha mente.
São problemas e preocupações vãs.

Teu sorriso acalentava meu corpo.
Tua beleza única me enlouquecia.
Você era perfeição.
A musa das musas.

Largaste-me em solidão.
Fizeste de mim admirador distante.

Só penso em você.
Enfeitiçou-me tão fortemente,
Que penso só e somente
Em você.

Sois maldosa e cruel.
Sois linda e de alva alma.
Sois meus pensamentos.
Só não és minha.

Victor da Silva Neris

terça-feira, 22 de maio de 2012

Epitáfio de um grande amor

A chuva passou,
O sol se acabou.
Teus olhos não se abriram,
Meu coração desmanchou!

Tua beleza me animava,
Teu olhar que acalmava.
A paixão inspirava
Ardente amor que alucinava!

Nossos anos de amor
Passaram e não voltam mais!
Nossas promessas de amor
Já não valem mais!

Meus dias de vida
Não serão mais os mesmos.
Noites sozinho
Em pranto e desespero!

Victor da Silva Neris

Sem números, por favor!

Num mundo dominado por números,
As paixões e amores também se renderam a eles.
Num mundo de estatísticas,
Amores viraram número.
Paixões, algarismos.

Agora não existe mais amor impossível.
Existe o amor pouco provável.
Uma paixão por vez já não basta,
A moda é ter várias.

Como poeta sigo a vida amando e me apaixonando.
Não por várias ao mesmo tempo.
Por uma e somente uma de cada vez.

Muitos dirão que é "cafonisse".
Eu digo que é saber amar.
Quem quer muitas ao mesmo tempo,
Não sabe fazer uma se quer feliz.

Cada amor é único.
Como, também, as paixões.
Por isso digo:
"Sem números, por favor!"

Meus amores não são número.
Tampouco, minhas paixões.
Podem ser muitas,
Mas todas têm e terão
Nome e sobrenome.

Victor da Silva Neris

Poema dos Tristes

Oh, tristeza!
Oh, solidão!
Oh, desprezo!
Oh, angústia!

Sois já íntimas.
Chamo-as de "companheiras".
Onde vou, acompanham-me.

Há tempos não conheço o que seja amor,
Há tempos desconheço a amizade.
Há tempos vivo triste.
Há tempos sou sozinho.

Nem o mais alegre samba,
Nem mais o ritmado ritmo me diverte.
Vivo com o som choroso do violino
E com o melancólico violoncelo.

Oh, sentimentos malditos!
Sois como ácido que corrói meu corpo.
Sois como fogo que queima minhas entranhas.

Desnorteiam-me.
Iludem-me.
Destroem-me.
Matam-me.
Calam-me.

Minhas lágrimas já são secas.
Meus gritos são silenciosos.
Minhas palavras não têm sentido.
Minha cabeça é inútil.
Meu corpo espera o último suspiro.

Victor da Silva Neris

Dúvidas

Estou como um navio sem bússola,
Como uma bússola sem norte, Como o homem sem Deus.

A dúvida me descreve,
A cor não mais está em mim.

Oh céus, onde meu barco atracará?
Onde esta viagem chamada vida chegará?

Dúvidas, estou farto delas!

Victor da Silva Neris

Poema Aleatório #3

Oh, céus! Oh, céus!
Quando mais precisei, não tive.
Consideração destruída.
Transformada em pó.

Pó mau-cheiroso e corrosivo.
Desgraçado e maldito.
Que nem o mais reles ser
vivo utiliza.

Ah, quanta pena tenho destes,
Que amarguraram meu peito.
Realmente não sei o que dizer a vós.
Tenham meu silêncio como resposta.

Ignoro-vos a partir do momento em que fui ignorado por vós.
Ignoro suas palavras e sentimentos.

Olhá-los-ei com nenhum sentimento.
O que é sentimento?
Já não sei.

Esse é o mal do poeta.
Entregar-se demais aos sentimentos.
Amar demais.
Sentir demais.

A solução é ser frio, amargo?
Não.
A solução é mostrar que amar demais, se entregar demais eleva a alma.
Demonstrar que a minha força é o meu amor a mim e aos outros.

Quando um poeta fica sem palavras,
Quando um palhaço fica sem graça,
Quando um artista fica sem inspiração,
A tristeza aparece...
Triste.

Victor da Silva Neris

Vida Solitária





















Victor da Silva Neris

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Poeta

O poeta não faz nada demais.
Só escreve.
Descreve um mundo poucas vezes visto.
Talvez por ser pouco procurado.

Não organiza palavras.
Regurgita pensamentos incessantes,
Chora lágrimas pensantes,
Escarra angústias e alegrias.

Tem a coragem de expressar ao mundo
Algo que o mundo tem medo de mostrar.

Sua arte é popular, é livre.
Sua arte é luta.
Sua luta é arte.

Um poeta não se faz.
Um poeta não se cria.
Um poeta não é gente.
Um poeta é poesia!


Victor da Silva Neris

Congestionamento

Anda.
Para.

Buzina,
Xinga,
Se estressa.

Anda.
Para.
Para.
Anda.
Para.

Troca de música.
Olha o espelho.

Anda.
Para.

Já se passaram quarenta minutos.

Anda.
Para.

Sirenes.
Buzina.
Cansaço.

Anda.
Para.

No fim de tudo...
Andei quatro metros.

Oh céus!
Até quando?

Victor da Silva Neris

Desculpas

Tolo sou de fazer besteiras.
Não penso.
Só faço.

Desculpas é o que tenho a lhe dizer.
Frustrado me sinto por ter feito dar errado,
Mesmo sem ter começado.

Parecia bom demais pra ser verdade.
Pois é, não era verdade.
Antes fosse.
Quão bom seria.

Mas saiba de algo:
Enquanto houver esperanças,
Lutarei por ti
Com vontade infinda.

Victor da Silva Neris

Palavras (Edy Williams)

Não são somente palavras.
São sentimentos escritos.
Palavras não são somente palavras.
São pensamentos descritos.

Palavras machucam, constroem
Destroem.
Palavras valem mais que milhões de coisas.
Não somente no amor, mas em tudo que se vive,
Sente e presencia.

Palavras nos ensinam a andar,
Mas as vezes nos fazem cair em plena solidão.
Portanto, se as colocarmos na hora certa,
No momento certo, te fazem flutuar nas nuvens que te levam a extasie.

Palavras... Somente palavras constroem um mundo.
Que muitos não conseguem viver
Palavras nos fazem sonhar, acordar, sorrir.

Como é bom poder dizer palavras
Melhor ainda, como é bom dizer palavras para aqueles que amamos.

Enquanto...


Enquanto o sol existir,
Enquanto a lua brilhar,
Enquanto Deus permitir,
Eu quero te amar!

Enquanto a chama queimar,
Enquanto houver brisa do mar,
Enquanto o céu me acalmar,
Eu quero me apaixonar!

Enquanto o frio na barriga sentir,
Enquanto a coragem persistir,
Enquanto a poesia fluir,
Eu quero existir!

Enquanto a fé me guiar,
Enquanto eu puder amar,
Enquanto a esperança não faltar,
Eu quero lutar!

Enquanto você eu amar,
Enquanto as estrelas eu cantar,
Enquanto a inspiração ressaltar,
Eu quero "poemar"!

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Poema Aleatório #2

                                                Nas indas
                                       sadniv e
                                                do amor
                                        !adiv ad e

Victor da Silva Neris

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Poema Aleatório #1

Nasci.
Cresci...
Não completamente.

Meu corpo cresceu.
Minhas necessidades, também.
Meus problemas não sumiram.
Antes tivessem.
Só aumentaram e intensificaram-se.

As responsabilidades agigantaram-se.
As preocupações e angústias...
Ah, essas não aumentaram,
Se tornaram monstros desafiadores.

Minha essência, mudou.
E como mudou!
Agigantou-se, também.
Minha meninice ainda continua.
Talvez tenha aumentado, talvez não.

Quanta pena sinto das pessoas que,
Por descuido ou preferência,
Deixaram seus problemas crescerem
Por cima da sua ingenuidade,
Dos seus princípios, da sua essência!

Por isso tento manter minha ingenuidade,
Minha alegria quase infantil,
Minha felicidade quase utópica,
Meus amores.



Victor da Silva Neris