domingo, 29 de maio de 2016

Domingo de noite

Domingo de noite é aquela agonia.
Acaba o Fantástico, melancolia.
Um sincício de sensações,
De emoções e de paixões.

A saudade aumenta; a fome, também.
O choro quer vir, mas o riso não deixa.
O amor vem fluir sentimentos de gaveta.

Domingo de noite é assim:
Uma dor que arde sem se ver,
A saudade de um bem querer.
Se é fim ou início? Não sei dizer.

domingo, 22 de maio de 2016

Caixa preta

Das tantas verdades acerca do amor,
Apenas uma e somente uma é a mais verdadeira de todas.
Amar é ganhar asas, é poder flutuar acima das nuvens.

Amar é como pilotar um avião.

Assim como na aviação, no amor, a gente começa aprendendo.
Primeiro, são aeronaves pequenas, pouco potentes e com poucos
Ou nenhum passageiro.

Assim como no amor, na aviação, o piloto vai galgando maiores aeronaves
Até chegar, um dia, a pilotar um jumbo.

Assim como na aviação, também, no amor, são dois.
Um piloto e um copiloto.
Mas sem hierarquia, sem poderes a mais ou a menos.
São dois para garantir o voo.
São dois pra que, na falta de um, o avião não caia.

Todavia, a maior sacada de semelhança entre amor e avião
É a caixa preta.

Nenhum avião cai por conta de um erro.
Ninguém morre por conta de um erro.
Ninguém sofre ou chora por conta de um erro.
São vários, na maioria das vezes, pequeninos erros que,
Quando juntos, são catástrofe.

E com toda catástrofe vem dor, sofrimento, choro.
Alguma coisa sempre morre, se fere ou se perde.

Pra evitar tudo isso, temos a caixa preta:
Pra recordar tudo que fizemos ou deixamos de fazer,
Tudo o que falamos ou não,
Tudo o que sentimos ou ignoramos.

Isso tudo pra que, quando o avião caia,
O sofrimento não seja em vão.
Isso tudo pra que ganhemos sabedoria para alçar novos voos.

O amor dá asas de fato.
O amor nos faz flutuar entre as nuvens de fato.
O amor é das coisas mais lindas que existem assim como voar.
Contudo, ambos exigem algo que nem todos têm ou podem ter:
Coragem.


Só voa e só ama quem não tem medo de cair.