sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Apaixonando-se


Tão formosa, passou por mim.
Que deixou marca de paixão no meu peito.
Incomodou, por não tê-la, o meu sujeito.
E inundou meu ser de incertezas.

Minha mente foi tomada por ilusões e sonhos.
Meu corpo de calafrios e tremeliques.
Meus pensamentos tornaram-se somente ela.
Meus planos surgiram somente com ela.

Apaixonei-me.
Sem ao menos ter conversado com ela uma vez,
Sem ao menos ter tocado uma vez.

Victor da Silva Neris

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Minha Musa


Vi-te passar
Como o ar passa pelas mão.
Tentei lhe segurar,
Mas escapou-me
Como a água escorre entre os dedos.

Tua beleza esplendida
Era como o canto dos pássaros silvestres,
Que acalmam as feras da mata.
Tua leveza fazia-me levitar!
Fui aos céus e voltei,
Fui à lua e escrevi
(na verdade descrevi)
Tuas venturas e beleza.

Tornei-me cantador do teu corpo,
Admirador do teu rosto,
Escravo do teu afago,
Sedento do teu contato.

Meus dias servem para admirar-te
Meus poemas, para exaltar-te.
Minha vida, para cortejar-te
Meus suspiros, para almejar-te.

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Quando o silêncio se faz presente


As dores são maiores.
Os orgulhos são menores.
A tristeza nos abate.
O absurdo tem realce.

As dores infindas ficam.
Os amores se dissolvem.
As certezas se vão.
Todo esforço é vão.

Auto conhecimento
À toda. Esquecido
Das minhas saudades
Procuro lealdade.

Mas os pensamentos vêm e vão
Confundindo a reflexão
Desalinhando
Minha cabeça.

O silêncio torna-se música.
A solidão, grande companheira.

Viro o caos em
Pessoa.

Viro eu.

Victor da Silva Neris

Paixão de Poeta


Aparece e esvai-se.
É flor que tão cedo desabrocha,
Murcha.

Algumas persistem e resistem ao tempo.
Quase nenhuma torna-se amor.
Talvez nenhuma.

O poeta é intenso, excessivo.
Suas paixões também.

Não sei se por abstrair muito fácil
Ou fantasiar facilmente,
Envolve-se em tão reais ideias
Que acredita nelas e,
Num instante,
Se apaixona.

Victor da Silva Neris

Poema Aleatório #10


Será que...
Talvez!
Quem sabe?

Pode ser que um dia...
Ah! Ficarei por aqui.
É mais certo.
Menos arriscado.

Victor da Silva Neris

Yeah! Companheiros!


Yeah! Companheiros!
Avante com nossas armas!
Sangrai pela vossa pátria.

Matai pela glória da História.
Incendeiem seus medos!
Naveguem por sobre sua saudade!

Yeah! Companheiros.
Universalizem suas crenças!
Nacionalizem as riquezas.

Evoquem seus deuses.
Salvai tuas almas.

Lutem por suas famílias!
Alienem-se.
Sejam peças de um xadrez da vida real.

Victor da Silva Neris

sábado, 11 de agosto de 2012

Protesto!

Povo com educação
Não vota em político ladrão.
No país do mensalão,
Sem molhar a mão, não rola não.

Em palavras russas, já perguntaram:
"Que país é esse?"
É um país sofrido
Que sofre na mão de canastrões.

Em país de mensalão,
Vive-se sem pão.
Cheio de cachoeiras de dinheiro,
De corrupção sem freio.

O povo clama por mudança!
O povo sonha com bonança.
O povo luta com pujança
E nunca perde a esperança!

Victor da Silva Neris

sábado, 4 de agosto de 2012

Poemei



Busquei consolo nos versos.
Mudança, nos períodos inversos.
Equilíbrio, na métrica perfeita.
Graça, na gramática desfeita.

Poemei para distrair,
Pra voar, pra fugir.
Escrevi para sentir,
Deixar a inspiração fluir.

As musas descrevi.
Se bem que menti...
Disse que não as amava.
Em mal estado eu estava.

A natureza dissequei
Em suas mais bucólicas paisagens.
A vida desmontei
Em suas mais belas passagens.

Romanticamente, amei.
Sofri, martirizei-me.
Busquei a solidão, a boêmia.
Sonhei.

Machadianamente, analisei
Os mais sórdidos homens,
As mais "puras" donzelas.
Se é que o caro leitor leu todos os meus versos.

Modernamente, regurgitei
Minhas sínteses internas.
Alimentei-me de sapos.
E de Macunaímas.

Contemporaneamente,
Fal i
         qu se
                    sem
                               es(cre)ver.

Fui poeta,
Sou poeta e
Espero ser poeta...
Sempre.

Victor da Silva Neris

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sentimento teimoso


De repente, assolou dentro de mim
Sentimento desconhecido. Nunca vi.
Tão forte e tão rápido veio,
Mais forte e mais rápido foi.

Na efemeridade dos segundos,
Foi-se!
E voltou!
E foi.
Voltou novamente.
Resolveu-se por ir de vez!

Desistiu de voltar
Para outro assolar.
Foi embora azucrinar,
Outra alma infestar.

Porém, mais rápido que veio
E mais rápido que foi,
Voltou.
E ficou.

Victor da Silva Neris