segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Poema Aleatório #39

Num mar de gente,
Completamente
Escondido no cinza
Da cidade grande,
Eu vinha assim:
Nem feliz,
Nem triste.
Nem empolgado,
Nem esmorecido.

Inerte, como todos a minha volta.

Não sei se é a música que toca no fone,
Ou o ar poluto da cidade.
Um desses me paralisa,
Me inutiliza.

Refleti alguns segundos sobre quem era
O maldito responsável
Da minha paralisia social.

Merda! Perdi o ônibus!


Victor da Silva Neris

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Por onde andar

Andei pensando, repensando...
Será que andei pelos melhores caminhos?

Às vezes, pego-me indagando se escolhi as mesmas curvas,
As melhores paisagens, as melhores pessoas.

Quem sabe eu seria um ser melhor, uma alma melhor.
Ou talvez não. Vai saber!

Daí vem uma grande pergunta:
Por onde andar?
Que caminho seguir?

As respostas que saem de minha boca ainda são poucas.
Mas chego à conclusão de que, quando se escolhem boas companhias,
Quando se segue o coração, sem deixar de lado a razão,
Tudo se encaminha.

Pouco importa o caminho.
Quando se faz por bem,
O que tiver de ser será
Sem nem precisar dizer “amém”.

Victor da Silva Neris

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O canarinho

Eu tinha um canarinho.
Mantinha-o em uma gaiola de ouro
Com água fresca, alimentação da melhor.

Um dia, um casal de canarinhos voava ao lado da gaiola do meu.
Vi-o admirá-los, invejá-los.
Tinham algo que ele nunca conhecera: liberdade.

Abri a gaiola.

Victor da Silva Neris