sábado, 25 de outubro de 2014

Noites de "amor"

O primeiro raio de sol toca minha retina
E a luz de meu sonho desaparece.
Tento, forçosamente, continuar em minhas fantasias,
Mas já é tarde.

As tão belas e saciáveis sensações se foram.
As ideias já são passado
E esse passado já foi esquecido.

Aquele beijo eterno,
Aquelas carícias tão aprazíveis.
A pele marcada pelo suor da paixão.
As marcas do nosso embate de amor.

A brutalidade sutil se fora.
A ideia de nosso amor não existe mais.
Agora só há a realidade
- Dura e fria -
Acompanhando-me.

O som de teus tão ardentes gemidos
Foi suplantado pelo silêncio frígido,
Pela falta que é assassina de minhas ilusões.
O calor de teus braços deu lugar ao vazio da cama.
Sem ti, ela triplica de tamanho
E multiplica, infinitamente,
A solidão.

O que me resta é esperar chegar a noite,
Porque, ultimamente,
Minha companhia é a noite inteira
Quando não me acompanhas nos meus tão calorosos sonhos.

Victor da Silva Neris

domingo, 5 de outubro de 2014

Poema Aleatório #43

Ando buscando nas letras refúgio para as minhas ideias.
Contudo, as danadas letras insistem em fugir.
Dividem meus períodos, abortam minhas orações.

No âmago de minhas reflexões,
Suplico para que colaborem comigo.
Mas é inútil.

Elejo um ou dois pensamentos fundamentais
Pra que eu possa tocar minha vida.
Porém, as miudezas reflexivas -
As quais considero as mais importantes -
Ficam de lado,
Jogadas num canto sujo e escuro da minha mente.

Coitadas!
Não têm força nem para pedir ajuda.
E, por isso, fico assim:
Esperando que a luz da escrita ilumine,
Mesmo que por poucos instantes,
Minha cabeça tão cansada das mesmas ideias.

Victor da Silva Neris