sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O raiar de um novo dia

Os primeiros raios de sol ainda lutam para sobrepor
A escuridão da noite derradeira.
Os olhos ainda recém abertos
Mantêm as marcas de uma noite de sono.
Demora a perceber que um novo dia está raiando.

O sonho, quase que já esquecido,
Martela a cabeça.
– O que foi mesmo que sonhei?
Uma noite passa como se num piscar de olhos.
Tanto tempo parece já não parecer ter sido tão longo…

Ainda se sonha ou já se acordou?
Ainda se sonha?
Ainda se sonha ou já se acordou?

– Pronto!
– Acordei!
– Que belo dia!

Victor da Silva Neris

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Poema Aleatório #38

Seja a muda da mudança.
Quem não muda fica mudo e nunca alcança.
A esperança é que é a muda das mudanças.
Seja a muda que muda o mundo e que traz esperança.

Victor da Silva Neris

sábado, 18 de janeiro de 2014

Poema Aleatório #37

Passa a menina pelo banco da praça;
Passa o menino sem dente e sem graça;
Passa do ponto o ônibus. Fumaça!
Quebrou o motor, passa o mecânico a graxa.

Passa o tempo até que a uva passa passa,
Porque até a uva passa passa.
E você, que nem uva passa é,
Vai se dar ao luxo de ver o tempo passar?

Se manca, mané:
Quem muito tempo parado fica,
Cria bicho de pé!

Victor da Silva Neris

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Pequena conversa com Deus acerca das paixões

– Deus, por que nós apaixonamos?
– Se não sabes, é porque nunca se apaixonou.
– Já me apaixonei sim.
– Então, sabes porque se apaixonaste.
– Para sofrer?
– Não.
– Mas inevitavelmente eu sofria.
– Tudo bem, mas sofrer não é o fim das paixões.
– Então é o que?
– O meio.
– O meio?
– Sim. Sem crescer e se fortalecer quando se sofre por paixões, abandonará o primeiro sofrimento no amor.


Victor da Silva Neris

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Poema Aleatório #36

Há três dias ali,
Um saco de lixo azul estava
Na beira de uma rodovia movimentada.
Três, quatro, cinco mil carros passaram por ele.

Quando o serviço rodoviário foi averiguar…

– Meu Deus, é um corpo!

Victor da Silva Neris

domingo, 5 de janeiro de 2014

Poema Aleatório #35

Tento esquecer-te.
Mas, de tanto tentar,
Perduro suas memórias,
Encrostando-as em minh'alma.

Busco, a todo custo,
Com todas as forças,
Apagar o que ainda é teu em mim.

O labor árduo e excruciante
Manduca minhas calmas e meu vigor.
Aflige, de tal modo, que assusta
E me faz questionar se vale a pena
Esquecer-te.

Vale a pena?
Mesmo se a alma ficar pequena
E capenga?

Victor da Silva Neris

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O que é a vida

Talvez a vida seja um punhado de dias vividos,
Ou, então, uma infinidade de Ciclos de Krebs,
Um depois do outro
Até que o último ocorra.

Talvez a vida seja as nossas experiências,
As nossas lembranças.
A vida pode, ainda, ser o período entre
O primeiro batimento cardíaco do feto e
O último do velho.

Talvez a vida seja um sonho,
Um mero sonho, fruto da imaginação.

Há vários talvez para o que seja a vida.
Não há certezas, porém.

Apenas viva a vida,
Pois quem vive tentando defini-la
Morre sem vivê-la.

Victor da Silva Neris

Nasce o Ano Novo

Sai da casca um novo ano.
Chocado em ninho de esperança e positividade,
Aparece apenas com o bico,
Anunciando boas novas.

Traz - quem sabe - alegrias, conquistas.
Traz felicidade e força de vontade.

Mas ele só traz.

Cabe a nós mantermos o que o novo ano nos trouxe.
E não adiante culpá-lo se não formos bem sucedidos na tarefa.
Aliás, é bem nossa cara culpar a outro ou a outra coisa.

Seja um bom cuidador das coisas que os anos novos trazem.
Seja, pois, feliz.

Victor da Silva Neris