sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Devaneio

Acordei de ressaca.
Não de álcool.
Da vida, de tudo que me fez mal.
Cansado de segurar calado tudo,
Liberei minhas mágoas e tristezas
Pelos meus ductos lacrimais.
Deixei que minha humanidade se exacerbasse,
Expondo minhas mazelas a mim mesmo.
Ainda que eu não as quisesse expostas.
A instabilidade minha e de minh'alma
Combinam-se a fim de mostrar-me
Que ainda sou humano,
Que ainda sou de carne e osso.

Hoje, já não sei se paixão é algo tão bom assim...
Claro, quando se tem quem se ama,
A paixão torna-se algo inestimável.
Caso contrário, pressiona o peito de forma cruel.
Tenta-se esquecer por alguns instantes de quem amamos.
Mas é impossível.
Toda palavra, todo cheiro, toda ação
Nos faz pensar, novamente, naquela pessoa.
Nossos sonhos já não são mais nossos.
Todos pertencem a esses pensamentos.
Todos remetem direta ou indiretamente à nossa paixão.

É difícil. É difícil.
Muita coisa pra se lidar.
E o pior é saber que no futuro será muito pior.
Tantas perguntas sem resposta.
Tantas respostas esperando encontrar suas respectivas perguntas.
Mas não adianta reclamar.
Os tempos difíceis são destinados aos que podem suportá-los.
Estes não reclamam do que vos foi confiado.
Aprendem, mesmo que de forma degradante,
A se moldar à situação
E a ignorar a dor, a opressão e as tristezas
Que possam acometê-los.
Não sei ao certo se passo por um desses tempos.
Certeza tenho de que tenho em quem me apoiar.

Victor da Silva Neris



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