segunda-feira, 25 de junho de 2012

A peça da vida

Estreamos sem ao menos perceber.
Não temos roteiro.
O improviso é constante.
Somos atores, artistas.
Do espetáculo Vida.

Temos que deixar a plateia em pé sem poder ensaiar.
Um erro leva ao fracasso, à vaia.

Vivemos numa montanha russa.
No pico, aplausos.
Na depressão, vaias.

A pressão por sucesso é grande.
O medo da crítica também!
Sair do palco não é uma opção.
Esconder-se nas cortinas não possível!

Que a peça terá inicio e término é a única certeza.
Os personagens são incertos.
O cenário também.
O diretor, Deus.

Poucos comprarão o ingresso para te assistir.
A maioria tentará te distrair.
Muitos jogarão tomates e gritarão blasfêmias.
Quase ninguém entrará nos bastidores.
A grande maioria contentar-se-á com a visão do palco.

Vivemos num espetáculo.
Não podemos desistir,
Muito menos parar.
Porque, afinal,
O show tem que continuar!

Victor da Silva Neris

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Poema Aleatório #8

Oh, duvida cruel.
Corróis meu peito.
Expõe minhas entranhas mentais.
Dilacera minhas certezas.

Não sei o que fazer,
Ou o que pensar!
Já estive em desventuras causadas por ti.
Desventuras que não pretendo repetir.

Põe-me em caminho bifurcado.
Leva-me a decidir
Quando não tenho capacidade para tal.

Queria ter certeza.
Mas querer...
Enfim.

Victor da Silva Neris

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Poema Aleatório #7

Ainda ontem você era só você.
Acho muito complicado dizer,
Talvez seja mais fácil escrever
Que eu amo você.

Não sei o que acontece.
Achei que nunca pudesse.
Talvez não possa.
Quem sabe...

De repente, algo volta a tona.
Um sentimento estranho.
Por vezes me acanho.

O que me acomete é sentimento desconhecido.
Posso estar perdido...
Talvez seja mal compreendido por mim mesmo.

Victor da Silva Neris

quinta-feira, 14 de junho de 2012

De repente

De repente, tudo muda.
E tudo muda de repente.
E muda tudo de repente.

Não dá tempo de perceber.
Só percebemos as mudanças.
Boas ou ruins,
Que acrescentam ou reduzem.

Muda de forma a demorarmos a perceber.
Muda de forma a demorarmos a entender.

Mas quando entendemos,
Percebemos
Que tudo mudou.

Muda de forma a demonstrarmos entender.
Muda de forma a demonstrarmos perceber.

E tudo muda de repente.
E muda tudo de repente.
De repente, tudo muda.

De repente.

Victor da Silva Neris

sábado, 9 de junho de 2012

Na estrada

Na estrada vi carros.
Caminhões e motos.
Vi pessoas, vi paisagens.
Vi um pôr do sol ordinário.
Desenhado por Deus.

Olhei o céu estrelado.
Viajei no universo.
Oh, estrelas lindas.
Fazem meu coração bater calmo.
Afastam de minha mente os pensamentos.

Estrada, deixo para ti minhas tormentas.
Meus pensamentos que me fazem mal.
Os amores e paixões passadas.
Estrada, renova-me!

Tuas curvas traiçoeiras,
Seus aclives e declives.
Dão graça ao trajeto
Com curvas monótonas.

No retrovisor, vejo horizonte.
Nos vidros laterais também.
Não diferente vejo no para-brisa.

Mostra-me novo caminho.
Encheme-me de esperança.
Grava em minha memória,
Estrada,
Lembranças!

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A flor


Num jardim desconhecido vi uma flor.
Ela era linda e cheia de espinhos.
Logo me encantei com ela.

Estava disposto a tê-la para mim.

Na primeira tentativa, li muitos livros e fiz segundo eles diziam.
Não deu certo.
Os espinhos cortaram-me todo.

Desisti por um tempo.
Mas aquela flor se tornou desejo incontornável.
Planejei formas para retirá-la.

Tive nova chance.

Mas ao primeiro sinal de possível fracasso, a flor se fechou.
E criou barreiras intransponíveis.
Bloqueou-se.
Novamente.

Ah, se tão bela flor me deixa-se tocá-lá.
Ah, se ela percebesse o novo jardineiro que me tornei.

Ainda admiro-a naquele jardim.
Não desisti.
Será minha?
Sim!

Victor da Silva Neris

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Conversa

Oi!
Oi!
Como vai?
Bem, e você?
Mudado.
É? Quão mudado?
O suficiente.
Suficiente?
É! O suficiente para perceberem.
Mas eu não percebi. Você emagreceu?
Talvez.
Talvez?
É.
Como é?
Não sei. Não foi nada físico.
Prossiga.
Aprendi a me amar, a ser feliz com o meu eu.
E como eu perceberia isso?
Não viu o brilho nos meus olhos?
Não.
Que pena, então! Até logo!
Até mais tarde.

Victor da Silva Neris

Sem palavras...

Chega um momento
Em que fico sem palavras.

Busco insanamente escrever,
Mas nada sai.

Esse é um desses momentos.

Victor da Silva Neris

Poema Aleatório #5

O poeta não escreve tudo que sente.
O poeta escreve o que todo mundo sente.

Torna-se triste, alegre, realizado ou frustrado,
Se por um acaso ver alguém com esses sentimentos.

É uma metamorfose ambulante.
É e não é ao mesmo tempo.
Consegue se colocar no lugar de todos.
Tem, em si, todas as visões.

É e não é.
Foi e não foi.
Será e não será.

Consegue expor em palavras
O que muitos não entendem.
Vê sentimentos e gestos
Que muitos não veem.

O poeta é e não é.
O poeta foi e não foi.
O poeta será e não será.

Victor da Silva Neris

segunda-feira, 4 de junho de 2012

No teu abraço

No teu abraço,
Perco a noção de tempo.
Na verdade,
Perco a noção de tudo.

O mundo fora do teu abraço
É insignificante.
Tudo se volta para aquele pequeno espaço.

Os pensamentos se anulam.
Só basta sentir o momento.
Mais nada.

Às vezes eu só preciso do teu abraço...
Só não sei como pedir.

Quero, por um tempo que eu não sei quanto,
Sentir-me acolhido e protegido do mundo.
Sentir-me isolado dos problemas...

Por medo, não sei,
Privo-me de ao menos tentar
Sentir teu abraço mais uma vez.

Ah, se eu pudesse tê-lo todos os dias...

Victor da Silva Neris

sábado, 2 de junho de 2012

Poema Aleatório #4

És flor tão bela
E muito singela.
Alegra meu peito
Com simples sorriso.

Sois fonte de luz
Para os dias escuros.
Sois fonte de ar
Para fugir das angústias.

Sua presença é como o calor.
Transfigura meu ser
Da morbidez gelada
para a vida aquecida.

Sois alimento
Para a minha fome.
Sois vida
Para o meu ser.

És minha dor e minha cura,
És minha calma e angústia,
És minha alegria e tristeza,
És meu amor e minha beleza!

Victor da Silva Neris

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Insônia

Na insônia da paixão,
Me pego pensando em ti.
Oh, torturante sensação!

Meus pensamentos
Me impedem dormir.
São incessantes!

Noites a fio
Passei assim.
Sem dormir,
Sem você.

Um dia a terei.
E contigo dormirei.
Sono divino.
Sonharei com você!

Victor da Silva Neris