segunda-feira, 13 de maio de 2013

O banco



Hoje sento no banco
Que, anos atrás,
Abrigou o beijo e as carícias
De dois amantes
Jovens e utópicos,
Enganados pela lascívia juvenil.

Sento-me no que muitos diriam
Ser apenas um banco de madeira.
Mas esse banco foi, é e será
O palco de muitas coisas.

Esse banco já foi a cama de um sonhador
Que das ruas se ausentou
Para lutar por
Uma vida
Melhor.

Lembro-me dos tantos que, um dia, 
Sentaram aqui para conversar,
Chorar, amar, dormir.
Lembro-me de todos os casais que aqui
Começaram seus amores,
Que findaram ou eternizaram.

Hoje o banco abriga o sono
De um indigente taciturno

Que chora por ter em seu estômago
Apenas nutritivo ar.

Pergunto-me apenas
Se ele continuará aqui,
Se será trocado por outro
Ou se vai ser destruído
Pelos que acham que ele é
Apenas
Um banco.

Victor da Silva Neris

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