terça-feira, 22 de maio de 2012

Poema dos Tristes

Oh, tristeza!
Oh, solidão!
Oh, desprezo!
Oh, angústia!

Sois já íntimas.
Chamo-as de "companheiras".
Onde vou, acompanham-me.

Há tempos não conheço o que seja amor,
Há tempos desconheço a amizade.
Há tempos vivo triste.
Há tempos sou sozinho.

Nem o mais alegre samba,
Nem mais o ritmado ritmo me diverte.
Vivo com o som choroso do violino
E com o melancólico violoncelo.

Oh, sentimentos malditos!
Sois como ácido que corrói meu corpo.
Sois como fogo que queima minhas entranhas.

Desnorteiam-me.
Iludem-me.
Destroem-me.
Matam-me.
Calam-me.

Minhas lágrimas já são secas.
Meus gritos são silenciosos.
Minhas palavras não têm sentido.
Minha cabeça é inútil.
Meu corpo espera o último suspiro.

Victor da Silva Neris

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