segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Soneto da espera (Vinícius de Moraes)


Aguardando-te, amor, revejo os dias 
Da minha infância já distante, quando 
Eu ficava, como hoje, te esperando 
Mas sem saber ao certo se virias. 


E é bom ficar assim, quieto, lembrando 
Ao longo de milhares de poesias 
Que te estás sempre e sempre renovando 
Para me dar maiores alegrias. 


Dentro em pouco entrarás, ardente e loura 
Como uma jovem chama precursora 
Do fogo a se atear entre nós dois 


E da cama, onde em ti me dessedento 
Tu te erguerás como o pressentimento 
De uma mulher morena a vir depois.

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