Modernamente, cotidianamente, inconscientemente, propositalmente, nos perdemos nesse cotidiano maluco. Ora, pois, poesias existem para guiar os cabra desse mundão sem tamanho. Este blog é justamente para isso. Leia e se encontre, ou se perca mais. Afinal, "perder-se também é caminho", Clarice Linspector.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
O banco
Hoje sento no banco
Que, anos atrás,
Abrigou o beijo e as carícias
De dois amantes
Jovens e utópicos,
Enganados pela lascívia juvenil.
Sento-me no que muitos diriam
Ser apenas um banco de madeira.
Mas esse banco foi, é e será
O palco de muitas coisas.
Esse banco já foi a cama de um sonhador
Que das ruas se ausentou
Para lutar por
Uma vida
Melhor.
Lembro-me dos tantos que, um dia,
Sentaram aqui para conversar,
Chorar, amar, dormir.
Lembro-me de todos os casais que aqui
Começaram seus amores,
Que findaram ou eternizaram.
Hoje o banco abriga o sono
De um indigente taciturno
Que chora por ter em seu estômago
Apenas nutritivo ar.
Pergunto-me apenas
Se ele continuará aqui,
Se será trocado por outro
Ou se vai ser destruído
Pelos que acham que ele é
Apenas
Um banco.
Victor da Silva Neris
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