Vejo pela janela
Minha vida passar.
Com os olhos abertos,
Assisto a eternidade desfilar
Sem conseguir me levantar
Para nela poder viver.
A angústia da imobilidade
Enlouquece-me.
O desejo do grito libertador
Me consome, me digere, me entristece.
O ímpeto por mudança atormenta!
Minhas letras e palavras
Misturam-se em versos truncados,
Mal acabados,
Desprezados
Pela loucura.
Minha polidez linguística de outrora,
Deu lugar ao desleixo,
Ao prolixo.
Oh, bendita janela!
Por que não me abres
As alegrias de antes
E os antigos amores inebriantes?
Fechou-se completamente.
Tornou-me surdo,
Mudo e cego às coisas da vida.
Victor da Silva Neris
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