sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ao apagar das luzes


Putrefez-se.
Infinitou-se.
Passou desta para o além.
Perdeu-se ou se achou em algum lugar na imensidão do firmamento.
Talvez tenha apenas se desfeito
Nos hialoplasmas bacterianos
E se tornado fonte de vida pra algo ou outrem.

Digerido pelo tempo,
Absorvido pela eternidade,
E transformado em memória,
Sumiu de repente.

Tão de repente, que a lucidez humana,
Tão amada, valorizada e exaltada em vida,
Nem percebeu...

A luz branca, a luz do fogo
Ou, simplesmente,
Nada...

O frescor das nuvens,
O calor das chamas
Ou, simplesmente,
Nada...

O encontro com Deus,
Com o Coisa ruim,
Com a próxima vida
Ou, simplesmente,
Com o nada...

Virou estrela, anjo, alma.
Virou merda, adubo.
Jazeu no Quinto dos infernos ou
Jazeu na candura celestial ou
Em lugar algum...

Quem sabe
O que será
Que acontece
Ao apagar das luzes?

Victor da Silva Neris

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