Oh! Bela donzela.
Embriagar-me-ei do teu amor.
Serei atento ao teu fervor.
Retribuir-te-ei com amor e atenção sincera.
Agora faça o que mando
sem ressalvas e com encanto
beijar-me-á com tal paixão
que, ao fim, estarei num caixão.
Não se lembrará dos amores passados
nem das dores sentidas.
Serei teu novo amado
e serás, para todo o sempre, agradecida.
Não sou melhor que ninguém.
Contudo, existe um porém:
sei amar com tal intensidade,
que terás, em teu peito, eterna saudade!
Victor da Silva Neris
Modernamente, cotidianamente, inconscientemente, propositalmente, nos perdemos nesse cotidiano maluco. Ora, pois, poesias existem para guiar os cabra desse mundão sem tamanho. Este blog é justamente para isso. Leia e se encontre, ou se perca mais. Afinal, "perder-se também é caminho", Clarice Linspector.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Sonho meu
Com doçura inefável,
inevitável,
tocava meus sentimentos e emoções.
Teus abraços
e afagos
eram como água no deserto.
Vez ou outra,
achava-te louca,
insanamente bela.
Tua saliva
me parecia
mel.
Suor quente e carnal
advindo do sobrenatural
amor nosso.
Combinação perfeita,
mesmo que sujeita
a ser somente um sonho!
Victor da Silva Neris
inevitável,
tocava meus sentimentos e emoções.
Teus abraços
e afagos
eram como água no deserto.
Vez ou outra,
achava-te louca,
insanamente bela.
Tua saliva
me parecia
mel.
Suor quente e carnal
advindo do sobrenatural
amor nosso.
Combinação perfeita,
mesmo que sujeita
a ser somente um sonho!
Victor da Silva Neris
Poema Aleatório #16
Meu bem,
sabes o que significa amor?
Por acaso o sente?
Mil acasos me levam a crer
que é mais que um sentimento.
Talvez nunca mereceu ser chamado 'sentimento'.
Alguns o chamam de sofrimento.
Pouco contento.
Desalento.
Outros têm o amor por quinze contos de réis
em diversos bordéis,
menestréis,
pincéis...
Duas metades formando um só.
Utopia apenas.
Fantasia.
Ilusão.
Solidão...
Vai saber!
Victor da Silva Neris
sabes o que significa amor?
Por acaso o sente?
Mil acasos me levam a crer
que é mais que um sentimento.
Talvez nunca mereceu ser chamado 'sentimento'.
Alguns o chamam de sofrimento.
Pouco contento.
Desalento.
Outros têm o amor por quinze contos de réis
em diversos bordéis,
menestréis,
pincéis...
Duas metades formando um só.
Utopia apenas.
Fantasia.
Ilusão.
Solidão...
Vai saber!
Victor da Silva Neris
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Fotos
Olhando nossas fotos,
sinto que algo muito bom
perdeu-se em lembranças...
Os momentos vividos,
as experiências trocadas,
tudo...
virou poeira na aridez
do esquecimento.
Nossas fotos, já gastas pelo tempo,
lembram-me daquilo que
todo ser humano sonha em ter.
O que eu tive.
Mesmo que tenha sido por um tempo curtíssimo, ínfimo,
foi eterno.
A eternidade não é encontrada nos períodos extensos de tempo.
Ela acontece num piscar de olhos.
Às vezes em menos tempo ainda.
Nossas fotos agregam a poeira da lembrança
e agrupam-na num pedaço de papel.
(alguns preferem em pixels)
Os sentimentos dos momentos registrados
são re-animados com a visualização da eternidade.
Sim, as fotos são a eternidade!
Ah, se os amores pudessem ser guardados assim
em fotos. Do jeito que são, aparecem e desaparecem
sem que possamos controlá-los.
Oh, amor cruel,
por que não te rendes
e descansa logo
num papel?
Victor da Silva Neris
sinto que algo muito bom
perdeu-se em lembranças...
Os momentos vividos,
as experiências trocadas,
tudo...
virou poeira na aridez
do esquecimento.
Nossas fotos, já gastas pelo tempo,
lembram-me daquilo que
todo ser humano sonha em ter.
O que eu tive.
Mesmo que tenha sido por um tempo curtíssimo, ínfimo,
foi eterno.
A eternidade não é encontrada nos períodos extensos de tempo.
Ela acontece num piscar de olhos.
Às vezes em menos tempo ainda.
Nossas fotos agregam a poeira da lembrança
e agrupam-na num pedaço de papel.
(alguns preferem em pixels)
Os sentimentos dos momentos registrados
são re-animados com a visualização da eternidade.
Sim, as fotos são a eternidade!
Ah, se os amores pudessem ser guardados assim
em fotos. Do jeito que são, aparecem e desaparecem
sem que possamos controlá-los.
Oh, amor cruel,
por que não te rendes
e descansa logo
num papel?
Victor da Silva Neris
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
O palhaço
As cortinas do circo fecharam-se.
A alegria do palhaço,
tão evidente outrora em cena,
foi-se.
Pouco importa ao público o que se faz
das estrelas do circo
após o espetáculo.
O palhaço é uma delas...
Seu riso fácil,
sua esperteza e
sua segurança
vão-se num tempo tão fugaz
que os relógios feitos pelo homem
não podem aferir.
O palhaço chora quando ninguém vê.
O palhaço sente dor quando ninguém vê.
O palhaço é humano.
Alguns insistem em não ver.
Victor da Silva Neris
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Pequeno diálogo com Deus acerca do amor
Indignado, perguntei ao Senhor:
- Pai, por que inventaste o amor?
Com a calma de um sábio, respondeu:
- Não o inventei, meu filho. Apenas vos permiti sentir o que sinto por vós!
Intrigado fiquei.E não hesitei.
Perguntei:
- E por que o amor dói?
Rindo, discretamente, respondeu:
- O amor não dói. A ausência dele, sim.
Victor da Silva Neris
- Pai, por que inventaste o amor?
Com a calma de um sábio, respondeu:
- Não o inventei, meu filho. Apenas vos permiti sentir o que sinto por vós!
Intrigado fiquei.E não hesitei.
Perguntei:
- E por que o amor dói?
Rindo, discretamente, respondeu:
- O amor não dói. A ausência dele, sim.
Victor da Silva Neris
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Saudades de ti, amor
O cheiro da tua pele ainda exala no travesseiro,
Fazendo-me lembrar, por um dia inteiro,
A falta que fazes.
As fotos na cabeceira torturam-me.
Parece que a vida perdeu o sentido.
Tudo está meio contido.
Pronto pra explodir.
Uma vida inteira e
A última imagem que tenho de ti
É triste.
Todos os detalhes da casa escolhidos por ti
Fazem-me, agora, chorar.
As lembranças vão e vêm.
A saudade veio e ficou.
A dor consome minhas entranhas,
O choro corrói meu peito,
O desespero mina minhas forças.
Tenho que viver, eu sei.
Aliás, repetia isso sempre pra mim...
Oh, morte ingrata.
Levaste minha amada!
Leve a mim também.
Desta vida não quero mais nada!
Victor da Silva Neris
Fazendo-me lembrar, por um dia inteiro,
A falta que fazes.
As fotos na cabeceira torturam-me.
Parece que a vida perdeu o sentido.
Tudo está meio contido.
Pronto pra explodir.
Uma vida inteira e
A última imagem que tenho de ti
É triste.
Todos os detalhes da casa escolhidos por ti
Fazem-me, agora, chorar.
As lembranças vão e vêm.
A saudade veio e ficou.
A dor consome minhas entranhas,
O choro corrói meu peito,
O desespero mina minhas forças.
Tenho que viver, eu sei.
Aliás, repetia isso sempre pra mim...
Oh, morte ingrata.
Levaste minha amada!
Leve a mim também.
Desta vida não quero mais nada!
Victor da Silva Neris
Poema Aleatório #15
Com um coração radiante
E a coragem de um iniciante,
Ergui a
cabeça
E segui adiante.
Com a experiência de um velho
E a
vitalidade de uma criança,
Busquei entender o mistério
Que é a persistência da
esperança.
Victor da Silva Neris
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Consoada (Manuel Bandeira)
Quando a Indesejada das
gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez
sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A
noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A
mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
As sem-razões do Amor (Carlos Drummond de Andrade)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
nem se conjuga, nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte
e da morte vencedor
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
nem se conjuga, nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte
e da morte vencedor
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Soneto da espera (Vinícius de Moraes)
Aguardando-te,
amor, revejo os dias
Da minha infância
já distante, quando
Eu ficava, como
hoje, te esperando
Mas sem saber ao
certo se virias.
E é bom ficar
assim, quieto, lembrando
Ao longo de
milhares de poesias
Que te estás
sempre e sempre renovando
Para me dar
maiores alegrias.
Dentro em pouco
entrarás, ardente e loura
Como uma jovem
chama precursora
Do fogo a se atear
entre nós dois
E da cama, onde em
ti me dessedento
Tu te erguerás
como o pressentimento
De uma mulher morena a vir depois.
domingo, 6 de janeiro de 2013
sábado, 5 de janeiro de 2013
Poema fático
Oi,
Tudo bem?
Ah, sim.
Entendi.
Compreendo.
É mesmo?
Não diga!
Sério?
Adeus!
Victor da Silva Neris
Tudo bem?
Ah, sim.
Entendi.
Compreendo.
É mesmo?
Não diga!
Sério?
Adeus!
Victor da Silva Neris
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Ontem
Ontem, sonhei que te via.
E aos teus braços corria,
buscando, somente, amor.
Intragável foi comigo.
Como se apenas fossemos amigos,
abraçou-me com demasiada dor.
Parecia martírio e,
em um suspiro,
se revelou.
Descobri que não mais me amava.
Me detestava.
Me odiava.
Não por mau feito meu.
Nem por ser eu ateu
e plebeu.
A linda moça que um dia
Me olhava e sorria,
hoje, fugia.
Pra longe,
não sei aonde
se esconde.
Oh, amor passado,
Sei que tens errado.
Mas que nunca na tua vida diga
que eu não tenha lhe amado!
Victor da Silva Neris
E aos teus braços corria,
buscando, somente, amor.
Intragável foi comigo.
Como se apenas fossemos amigos,
abraçou-me com demasiada dor.
Parecia martírio e,
em um suspiro,
se revelou.
Descobri que não mais me amava.
Me detestava.
Me odiava.
Não por mau feito meu.
Nem por ser eu ateu
e plebeu.
A linda moça que um dia
Me olhava e sorria,
hoje, fugia.
Pra longe,
não sei aonde
se esconde.
Oh, amor passado,
Sei que tens errado.
Mas que nunca na tua vida diga
que eu não tenha lhe amado!
Victor da Silva Neris
Memória (Carlos Drummond de Andrade)
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Amém (O Teatro Mágico)
Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na
verdade... ]
[ nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de
idade ]
[ no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por
ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na
frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal
resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas
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