terça-feira, 24 de setembro de 2013

Lobos em pele de cordeiro


Olho para o lado e não vejo ninguém.
Não que inexistam outros humanos ao meu redor.
Eles existem sim,
mas não são dignos de confiança...

Ao primeiro descuido,
derrubam-nos com riso sarcástico e maquiavélico.
Deixam-nos abatidos e anunciam nossas mazelas
aos quatro cantos da terra.

Angústia tal me inunda
que a alma comprimida
fica com o peso de um universo esmagando-a e impedindo
toda e qualquer tentativa de se salvar.

Viro o pó de um ser que outrora
amou e, por isso, despertou a emulação
de criaturas enganosas e mesquinhas,
lobos em pele de cordeiro.

Na multidão das ruas, perco-me em lembranças
e esperança.
Lembro-me de quem e como eu era.
Sonho, esperançoso, com dias melhores.

Olho no espelho e me vejo taciturno.
Tal qual os companheiros de Drummond.
Contudo, ao menos, aprendi a desconfiar
dos lobos de jaez duvidosa.

Oh, Pai, por que há pessoas assim
neste mundo de meu Deus?
Por que são tão frios?
Por que se aproximam de mim?

Victor da Silva Neris

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